Donzela de trinta e casamento

Passados trinta dias daquela cafonice inspiradora do Dia dos Namorados, me sinto altamente estimulada para falar de amor, de encontro, de casamento.

Tomei uma decisão importante da vida – ir morar com o namorado.

Este foi um movimento diferente afinal na minha família ninguém saiu da casa dos pais antes de “casar”. Resolvi ir fundo de qualquer forma também porque me sinto apoiada e estimulada – quando as pessoas que te amam sabem que você está feliz e estão mais preocupadas com isso do que com uma festa, tudo fica mais fácil.

Aí de repente todo aquele medo de morar junto, de dividir absolutamente tudo, foi embora. Ok, a maturidade, os 30, a sociedade.

Percebo um movimento forte ao meu redor de casar antes dos 30, e por ter uma grande festança esbanjadora padrão. Querem saber é de casar e de mostrar pra sociedade que podem ter alguém, que cumprem com seus papéis e que a partir de então podem ser felizes.

São poucos os casais que conheço que realmente me passam verdade. E não adianta, se não tem verdade como princípio básico para juntar os trapos, não tem festa, nem uma vida de abundâncias que vai suprir a deficiência.

Acho que hoje vivo um encontro com verdade. Alguém do lado que me faz crescer e sentir que o mundo em que vivia antes era ridiculamente pequeno. Sonha junto, entende meu senso bobo de humor, me liberta, critica, estimula, enaltece. Repagina meu blog, dá ideias ótimas para os artigos, pede mais textos.

Compartilha comigo o gosto por bares meio ruins, meio originais, meio de esquerda. Dispensa ter um carro por entender o quão sem sentido é ter um morando do lado do metrô em São Paulo. Vive as melhores coisas da vida e entende o que são essas coisas – um bom papo, uma caminhada, uma tarde toda regada a cerveja em Santa Teresa.

Nem tinha noção de que poderia existir um relacionamento assim, ou talvez que era merecedora disso.

Não tenho a garantia de que vai durar 60 anos, ainda não descobri a fórmula do relacionamento duradouro. A certeza que tenho é que ele não representa um mero adorno nas realizações da minha vida ou uma muleta dentro do meu mundo de insatisfações.

Acredito que este seja um bom ponto de partida para o início de uma vida a dois. E não a chegada dos 30.

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