Lost in Copacabana

Um atropelamento em plena orla de Copacabana já anunciava como seriam os meses que estavam por vir: intensos e chocantes.

O que me preocupa: diferentemente da Bélgica, onde nenhum dos meus amigos locais entendia o que eu escrevia no blog, talvez agora o bicho pegue. Mermão.

Minha intenção – esclareço para os cariocas que porventura estiverem lendo – não é falar (muito) mal e ficar reclamando das coisas todas. Sou assim, desse jeito, ranzinza – característica que me acompanha em todos os municípios, estados, países e continentes.

Esta é uma análise tendente ao lado cômico das minhas impressões sobre a cidade e seus habitantes nestes primeiros 4 meses de capital fluminense. Que ninguém se sinta ofendido, afinal carioca que é carioca pratica bullying com a gente em pleno território paulistano, sem qualquer pudor.

Pois bem, existem algumas coisas do carioca e da cidade que me chamam a atenção, a saber:

Por que eles andam pra uma direção olhando pra outra? Já fui atropelada algumas vezes por estas pessoas que ignoram totalmente que existem OUTRAS pessoas além delas mesmas ao redor, as quais, eventualmente, podem ser atingidas.

Diante da frequência com a qual ocorrem estas situações, tenho procurado praticar a “caminhada defensiva”, me posicionando a uma distância segura dos indivíduos ao meu redor, tentando assegurar, assim, a minha integridade física.

Por que são estúpidos mesmo querendo ser gentis? Falam alto, num tom agressivo, usam cinquenta palavrões, tudo pra dizer que estão super de bem com a vida naquele dia ou pra contar uma boa notícia!

Por que quando eu vou ao Zona Sul (supermercado) e faço uso de palavras básicas do estilo “bom dia”, “por favor”, “obrigada”, me olham com tanto espanto? Isto se aplica também a bares, bancos, metrô.

Por que eles veem um “i” no meio do verbo “nascer”, um “u” no meio do “doze”, e no alfabeto deles o “e” já vem com acento agudo?

Por que as pessoas têm nome de personagens de novela e ficam repetindo textos da novela nas situações do dia a dia?

Por que se cospe tanto no chão? Ainda, considerando que a maioria cospe pro lado, por que ignoram o fato de que o cuspe delas pode atingir a pessoa que está passando logo em seguida?

O quão deselegante é usar calça skinny com sandália de plataforma, barriga de fora plus bumbum avantajado?

Por que a palavra “tesão” (no sentido usado por nós, paulistanos, quando nos referimos a alguma coisa legal) é considerada tão forte, e “ixcroto” não?

Por que na Marcha da Maconha toca marchinha de carnaval? (“se a canoa não virar olê olê olaaaaa…”)

Por que eu sou facilmente reconhecida como paulistana? Por causa dos cinco “manos” que eu solto a cada frase, dos pesados erres dos meus “por favor” ou por causa da minha cara de emburrada?

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